A Juíza Marília de Ávila e Silva Sampaio foi uma das palestrantes do XXV Congresso Brasileiro de Magistrados (CBM). A Magistrada associada ministrou uma das palestras do último dia do evento, neste sábado (04/10), em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Com o tema “Desafios e Perspectivas da Justiça Brasileira na Revolução 4.0”, a abordagem da Magistrada mostrou um ângulo amplo sobre a inteligência artificial. “Foi muito gratificante poder expor meus pontos de vista sobre um tema tão agudo. Inclusive porque no primeiro dia houve a palestra do Ministro (Luís Roberto) Barroso e ele é entusiasta da utilização de inteligência artificial para dar vazão a determinadas demandas, principalmente repetitivas e reprimidas na Justiça, trazendo esse olhar mais eficiente para a Magistratura”, refere.
O discurso da palestra tocou em uma observação mais branda em relação à evolução tecnológica. “A minha fala foi no contraponto, dizendo que a gente não pode perder de vista a nossa humanidade, que nos define. Exatamente por estarmos trabalhando na fronteira de algo desconhecido, porque a Revolução 4.0 em escala, escopo, magnitude é algo inédito para a humanidade como um todo, nós precisamos, sim, ter muita responsabilidade, ética e cautela”, explica a Juíza.
A responsabilidade, para a Magistrada, está no contato humano no primeiro momento da causa. “Quando o jurisdicionado tem seus direitos afrontados, desconsiderados, ele vai bater na porta do Poder Judiciário e somos nós que temos que dar a resposta para esses desafios. Não é uma fala que desconsidere a utilização da tecnologia: que a gente, sim, compreenda, use e aprenda para que a gente possa fazer esse uso responsável, mas ao mesmo tempo muito atentos para que os direitos de fato sejam preservados nessa nova fronteira da vida humana”, justifica.
A Juíza descreveu a importância de representar os Magistrados e Magistradas brasilienses no CBM. “A responsabilidade de representar a Magistratura do Distrito Federal num fórum tão qualificado e grande como o Congresso da AMB trouxe uma dose extra de cuidado na elaboração do material a ser divulgado, da preparação. Para mim foi um desafio falar para a Magistratura nacional, enche de orgulho ao saber que a Magistratura do DF vem ganhando proeminência não só em relação ao trabalho associativo como também em relação ao trabalho de pesquisa acadêmica”, opina.